A Interpares


Abrimos a escola na Semana da Criança, em 1998, como forma de celebrar a infância e diariamente lembramos desse propósito. São 25 anos de Interpares. 25 anos escolhendo fazer o que é mais importante, e não o que é mais fácil para a escola. 25 anos escolhendo o que é melhor para as crianças, e não para os adultos.

25 anos tendo coragem para seguir o caminho que faz mais sentido, e não o que todas as outras escolas seguem. 25 anos desconstruindo os 250 anos anteriores, que forjaram uma educação limitante, ultrapassada e até hoje inerte.

Também são 25 anos de absoluto respeito à infância e a essa capacidade INABALÁVEL das crianças, de aprenderem utilizando suas próprias estratégias e ferramentas, que formam o BRINCAR.

O BRINCAR não é uma bobagem, uma besteira. O BRINCAR é o núcleo maior da capacidade do ser humano de imaginar, criar, construir e se conectar. O BRINCAR forma pessoas melhores, estudantes melhores, professores melhores, profissionais melhores e pais melhores.


Esse pensamento inovador, na verdade, não é novo. Muitos teóricos da educação o defendem. Porém, ele é pouco implementado por escolas mundo afora justamente porque desafia os modelos tradicionais de gestão - e muitos gestores educacionais ainda escolhem a operação mais fácil e lucrativa, não a que faz mais sentido para o processo de aprendizado. 

Após a Segunda Guerra Mundial, pensadores de todo o mundo passaram a questionar os modelos criados pela Revolução Industrial, por serem mais focados no papel econômico da escola - de literalmente abrigar as crianças enquanto os adultos trabalhavam - do que no ensino em si. 

Pensadores como Piaget, Vygotsky, Montessori, Freinet, Paulo Freire, Reggio Emilia, Reuven Feuerstein, José Pacheco, entre outros que seguimos, defendem que o ambiente escolar deve ser acolhedor e transformador. Só assim existirá uma escola mais humana e fraterna.

A teoria sócio-interacionista reúne essas visões e coloca a criança como parte ativa do processo de produção e aquisição de conhecimentos e estimula trocas afetivas e cognitivas com a comunidade ao seu redor. Por isso, a Interpares não é feita apenas de uma infraestrutura e de uma equipe, ela é feita também de alunos e familiares que são sujeitos ativos e essenciais no processo.